terça-feira, 18 de setembro de 2012

Lucinda



Lucinda tinha um sonho.
Sonho de gente grande, apesar da pouca idade que possuía. Queria cuidar de gente, de trazer alegria, de arrancar sorrisos onde há tempos não se viam um sequer rastro de luz. Queria pintar, fazer dos rostos de crianças uma tela de pintura, talvez assim elas se imaginassem perfeitas. Queria iluminar olhares, fazer ser visto o irreal, o invisível. Como ? Só ela sabia.
Lucinda tinha um sonho.
Sonho de gente grande, de gente adulta, assim como ela se tornou. Trabalhou em escolas e hospitais, dando esperança aos que viam a luz se acabar. Mudou vidas, e estas a transformaram. Conheceu a tristeza de perto, a vergonha de se mostrar, conheceu crianças que mudaram sua vida, e essas lhe fizeram chorar.
Lucinda chorou por amor, chorou por realizar seu sonho. O de ser um anjo temporário na vida de cada criança que sentia dor, que possuía uma doença incurável, que estava queimada sem razão.
E assim era anjo, sempre disposta a ajudar.
E assim se foi, voando pela imensidão do céu, pois era de lá onde ela vinha.

Por: Iazmin Lima Abreu.

segunda-feira, 12 de março de 2012

LEMBRANÇAS DESCRITAS


Ei menina, lembra desse lugar? Frequentávamos todos os finais de semana, pra fugir do mundo talvez. Acreditava que ele pertencia apenas à você e eu, os outros? Meros turistas, que de alegres não tinham nada. Lembra das esperas mais produtivas que tínhamos um ao lado do outro?  Contávamos estrelas, víamos arco - íris onde à noite já prevalecia, esperávamos pela lua, pela nossa lua.
Ei, você lembra das lágrimas derramadas por motivos realmente importantes? Dos colos e mimos que eram dados quando mereciam? Eu lembro.
Lembra quando escovar os dentes era motivo de riso? E logo estávamos com biscoitos na mão? Sim, eu lembro das tardes correndo em porta em porta, dando abraços em todo mundo, lembro das quedas e tropeços que rapidamente se tornavam imprevistos provocados por mim mesma.
Eu lembro das ajudas, das lutas, das pessoas perfumadas que encontrei e que me encontraram nesse trajeto. Seus perfumes permanecem impregnados em minha existência. 
Lembro do medo dos dias de domingo, da insatisfação de não saber o que fazer. 
Eu lembro de mim.
Eu cantava o dia-a-dia. 
Amava meus amigos.
Honrava meu pai e minha mãe.
Gritava aos sete ventos o quanto eu era feliz. 
Eu me amava de corpo inteiro.
Via a beleza pelo coração, tricotava lençóis de vendavais, e cobria os corações desprotegidos.
Eu era simples, era feita de delicadeza, meus olhos transpareciam esperança.
E hoje, sou apenasmente eu mesma, com todos esses requisitos e com um acréscimo, aprendo dia após dia que o amor é tudo, tudo na minha vida inteira, é tudo o que eu tenho de melhor.

Por: Iazmin Lima Abreu.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

ATOS PERDIDOS

 
Serenatas são cantadas nas janelas do bairro, podia se ver a ofegante palpitação dos corações das moças homenageadas. Logo se sente o calor do beijo roubado, do sentimento que vagarosamente preenche o espaço, permitindo que a sutileza de estar em contato com quem se ama seja um momento inesquecível. Demostrações simples e sinceras de um amor mais simples ainda. Atos perdidos pelo tempo, pela arrogância de pensar que demonstrar um sentimento à alguém é vergonhoso, é antigo. Atos de amor que são suplicados por moças que desejam amar, por cavalheiros  que à honram, e que querem construir uma vida futura ao lado de uma só pessoa. Há quem ainda acredite nisso, há quem faça isso, há quem ame pelo que o outro é, e não pelo que ele representa, há quem faça serenatas pelo grande amor da sua vida.

Por: Iazmin Lima Abreu.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Ah, um dia !


Sente-se; se acomode, permaneça aqui o tempo que for preciso, mas escute.
Tenho olhos que brilham como purpura, esses que escondem tanto meus medos mais obscuros, como meus sonhos mais mirabolantes que um dia hei de realizar.
Minha vida resume-se nisso, viver o que for sendo, viver o inacabado, o imperfeito, transformando tudo em um mundo de sonhos mágicos.
Sou lúcida ao dizer que sonho acordada, que gosto de ganhar flores, de comer nuvens de algodão.
Talvez, você que me veja andando pelas ruas da cidade, rodopiando de tanto rir, talvez você duvide da minha consciência, da minha incapacidade de deixar os pés no chão, mas olha, eu estou bem, estou feliz flutuando nas asas da imaginação. Só te peço um favor, não me puxe, não grite dizendo que tudo isso não passa de um sonho de menina, não me faça desacreditar no que eu mesma construí.
Sou menina sonhadora, gosto de voar, conhecer novos horizontes, um dia eu permaneço em algum lugar, piso firme, e aprendo a amar. Ah, um dia.

Por: Iazmin Lima Abreu.